sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

chove...


É... CHOVEU
o inverno começa a se pronunciar...
as árvores, agora verdes, fazem coro pra voz que vem do céu a cantar: ÁGUA
Elas, que outrora amarelas, sentiram em suas veias de pau, o calor que vem da terra...
Terra... essa terra que abriga esses passarinhos..
esquenta a terra à luz do Sol
Terra de todos e de ninguém
Terra nossa
Terra santa
desse mundo de quase água...

é... choveu
e ainda chove nos olhos dos rios que deságuam no mar
Chove a esperança de terra boa para plantar
Plantar árvores que fazem coro e ninho
a nós: os passarinhos

E CHOVE..
Chove nos campos e nas cachoeiras
Nas bicas e nas biqueiras
Chove nos corações dos que são feitos de quase terra
São quase água
São feitos da mesma substância que cria e recria
São quase mar
A mar

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

...

"proteger a vida é cuidar do sono e do sonho. é cuidar do alimento e do sentimento, é cuidar da natureza e da inteireza, é cuidar do irmão e do coração"

Carlinha

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

um grão

um pequenino grão
que um dia um pássaro trouxe em seu voar
passou em minha janela, era primavera
em casa grande quis me abrigar
coração aberto, olhos dispertos
o vento norte a soprar
e o grão
que o pássaro trazia em seu bico
com conversa e namorico
em terra fértil se fez plantar
chove agora um sereno
de saudade e vontade
dessa planta ver florar
com carinho e paciência
vejo no futuro
uma floresta a se formar
um reino de alegria
com muitas plantinhas
formando um lar
e agora é o tempo
de aguar a semente
calmo e consciente
do verão a se aproximar
mas em terra adubada
com carinho e zelo
nenhuma seca é capaz de levar
a plantinha que cresce
coração se engradece
vida e vida a desabrochar...

Fada Magna


o arco íris se desenha com os traços de seu caminhar
flores nas palavras, nos olhares, nos sorrisos
tudo flores nesse coração fértil
presença de menina, de amiga, de irmã
é uma fada
será madrinha??rsrs
nesse tempo atemporal
de encontros trancendentais
eis que a alegria vibra forte no peito
pelo (re)encontro suave
da amizade a florir!!

Menina Mãe

Abre os olhos menina mulher
tens o ventre recehado com a essência da vida
prepara o ninho florido com ternura
tece os sapatinhos com fios de esperança

dança menina pra ser mãe
teu corpo esbelto vibra
sintilando a meiguice em seus olhos
carregando nas mãos o presente divino

momento de luz
que reluz por nove meses
e que ilumina a vida inteira
também és Sol, mulher

e és Lua, és porta e és porto
por enquanto te vejo jangada
encontrando em outros portos
experiência pra sua largada

vida viva e faça viver
nascer e renascer a cada despertar
flores para a mãe, mulher
menina não deixes de ser

é na pureza das crianças que mora o seu sorriso!

(para a futura mãe Keylanne)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

ao léo...

eis que o poeta senta-se em seu trono e põe-se a criar
cria como quem semeia uma muda de jacarandá
como quem cultiva o que nesse mundo pode cativar
com a simplicidade de quem aprende a amar

posso vê-lo, meu amigo
com os dedos desenhando poesia
o pensamento aguando essa melodia
e o carinho a cultivar o dia

que presente! que alegria!
quisera eu (mas que ousadia)
poder compartilhar do dia
com o abraço árvore de sabedoria

e o tempo continua
logo mais, outra fase da lua
a conquista também vem a ser sua
na simples leveza de quem flutua

coragem meu irmão!
Tenha coragem!
chegue e aconchegue-se
a casa também é sua!!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Sono


Ligação com outro mundo
Um dos meus diversos mundos
Que encontro ao dormir
Que me revigora e energiza

Transformação borboletícia no amanhecer dos sentimentos

Sopra o vento que traz consigo a memória do cheiro das rosas mais cheirosas plantadas e regadas com a água que flui das mãos que um dia me tocaram
Abraça-me ó vento que leva o cançaso das noites mal dormidas pela lembrança das coisas que ainda vou fazer

Beija-me ó vento e traz consigo o sabor dos morangos que hei de semear
Vento venta! Vem! Vai!
Leva contigo a mensagem que envio aos que lembram de mim.
Sussura sobre o sol e o sereno e o suspiro demorado e ardente, de saudade e vontade de sssss ser...
Vento que acalma e refresca e que muda as coisas de lugar
Vento que forte bate e lembra que existe
Conte-me sobre as coisas de lá
Mostre-me o tamanho da distância
Ó vento, ventania, brisa leve, furacão
Faça-me como a si
Ver e estar
ventar

Rosas Brancas

Na clara transparência das brancas rosas
Surge a luz nos olhos
Olhos marejados pela lembrança
Do período da largada
Do caminho até então percorrido
Olhos espontâneos com palavras ditas no silêncio
O mundo é todo conspiração para essa união
Ao fundo
A canção que traduz a emoção que não se contém
E entra, Mulher, guerreira da vida
Entra que as portas estão abertas no coração gentil
A cada passo a força da história vivida
Do tropeço aprendido
Do levantar conquistado
Branca brisa, forte vento
É o que és, mulher
És criança, menina, filha
Eis o início da mulher
Que acende em seu peito desde o nascimento
Ao lado de quem te ensinou a lutar
Com a delicadeza das brancas rosas
Com a suave força que desbrava oceanos de culpas e medos
Brilha que a luz é tua
E agora és continente
Terra firme, minha amiga
Firme-se nesse porto
Entra como quem flutua nas águas desse mar que agora é manso
Já conheces o calor das tempestades
E agora podes conhecer os encantos que no fundo da’mar te esperam
Rega suas flores
Mantenha-as como a sua doce voz
Chora, pois o coração é quem guia
O coração é o Mestre ditando aos seus ouvidos a sublime voz
Do que realmente vale a pena
Entra que ele te espera
Com a esperança lavando as lembranças dos tempos deixados pela estrada
Suas roupas, agora limpas, têm o cheiro do clamor por aconchego
Chegue e firme-se
Plantem todos os frios e calores que lhes trouxerem paz
Plantem, pois já colhem as flores do caminho
Plantem, pois a história apenas inicia
Luz, cores, aromas, amor, sorrisos, paz e borboletas
Reinem em sua floresta!

(homenagem ao casamento de meus amigos Terê e Samuel)

Cebolass

Ode as cebolas.. cebolas.. acri
Doce outubro
Cítrico
Amargo
Novo
Gostoso
E as camadas se esfarelam.. se mostram
Na água amarela esbranquiçada
Que se mistura ao azeite
Aceite as contradições
Mude o que pode ser mudado
Inove e ao que não pode ser mudado, dê outra dimensão
Reformule
Crie poesia
Branca do negro odor que a cebola deixa
Bifes e mais bifes
Blás e blás
O que importa é a panela
Mastigue, triture, salive
Engula
ENGULA!!!
E no final
Tudo vira adubo
Para fazer florir as sementes de cebola
E ciclo recomeça
Eis a dinâmica da vida
Nasce, cresce, revela-se, engole-se e...
Cuide-se.
Durma acordado
Veja de olhos fechados
Ver o mundo através de uma camada da cebola.

O Presente


Agora acorda
Abre os olhos menino
Anda... abre os olhos
Trouxe o presente pra você
Sei que já recebeste diversos presentes durante essa existência.
O chorar, e expressar a voz contida do silêncio ao nascer...
O dia nasceu, abra os olhos!
Conquistaste o mamar e bebeste do líquido sagrado
O manto doce e branco no leite da rosa mãe
Vês... foste presenteado
E como se não bastasse serdes banhada pelo sol nas manhãs
Tendo por perto a companhia entusiasmada de quem a 9 meses te esperava
Apreste a falar
E no falar expressar os teus mais íntimos pensamentos e sentimentos
E assim como falar, também aprendeste a calar
Ouvir o uníssono do silêncio construindo a poesia do viver e do ser
A cortina do mundo abriu-se
Pode caminhar
E recebeste um empurrãozinho e.. olha lá!!! Conseguiste dar os primeiros passos!!!
Merecido você, ein?!
Agora anda e fala e brinca e chora e...
É... A dor existe! Sim, existe...
Ela se faz necessária para que você se prepare para os próximos presentes
Pois o mundo muda o tempo todo
E o tempo todo o mundo muda
E essa mudinha tem que crescer
Estudar
Conhecer
Isso! Isso mesmo!! Conhecer...
E cantar e conversar e dormir e viver
Viver
Eis o primeiro presente que recebeste: a vida em suas belezas sem fim
Agora, menino, abra os olhos
É tempo de enxergar o presente que lhe trouxe
O presente!
Nem passado nem futuro. Presente!!!
Deixe seus olhos brilharem, sinta o coração palpitar, desembrulhe os olhos para ver o que é o presente e agradeça do fundo do coração!!
Agora atenção
Nele você encontrará solo de uma fertilidade celestial
De tudo que você plantar, você colherá!
De tudo! Por isso atenção!
Se continuares a perceber esse novo presente, ouvirás o canto dos passarinhos, o orvalhar da noite, sentirás o cheiro das rosas e das árvores e da terra e do ar...
Respira!!
Observe as cores e amores desse novo presente!
Saboreie o doce encanto desse mel...
Veja, sinta, cheire, saboreie
Plante, colha, ande, cale
Percebe? Está percebendo?
Todas essas maravilhas tocam o mesmo lugar
Que é o mesmo lugar de onde todas vem
É a fonte
É o verdadeiro presente
É o coração!!
Ouça o coração!! Ouça o seu coração!!
É dele que emana a vibração!
Eis o meu presente pra você!
E lhe dou porque o doar é um presente ainda mais sublime!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Somos todos ilhas cercadas pelo mesmo mar...

ilusão

eis que o castelo se ergue diante dos alquimistas
ilusão em forma e cor do que é real
apenas um estágio pela busca da cientificação
um caminho que deságua dentro no dosso proprio "eu"
viagem longa por esses torturosos e confusos caminhos de si
a chave?
o outro
yin... yang...

estranho...

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estranho...

Não me é estranho
Que um bom estranho
Encontre essa estranha
Ainda mais nesse lugar...
Virtualmente paralelo
Mas, paralelamente,
As arestas se arredondam
E o ciclo se forma
“Desestranhando” o descomunal
Passos parecidos
Em lugares distintos
Cada um com o Tudo dentro de si
Cada qual com o Nada no peito a florir
Somos todos tão pequenos
E eis nossa imensidão...

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Daqui há vinte anos

Abro as janelas que dão para o jardim

Quantas rosas cultivei
Quantas rosas a cultivar

As dúvidas antes tão implacáveis, hoje constroem a poesia diária
fomentada na delicadeza das pequenas descobertas do mundo interior dessa terra adubada que, de repente, se expressa em flores.
Flores, antes folhas de grandes árvores, outrora arbustos que foram sementes trazidas no bico do belo pássaro azul.
Bico encantado que beija flores de outros jardins.
Traz consigo a experência dos anos lá vividos e do amor cultivado.
Voa voa, belo pássaro, agora posso ver o que significa ter coração alado.
Tão livre de apegos e tão preso à sua missão.
Já viajaste por tão longíquos lugares, já percorreste todo mar...
Trazes agora a esperança e a pureza das relações.
Feitas em fios de simplicidade, bordados com alegria e tecidas com amor.
Voa e voa, passarinho!
Sente o cheiro da terra e o orvalho da madrugada.
Encanta os locais por onde passa...
Canta a vida como autor.
Mas jamais esquece de voltar ao ninho.

E agora, volto a meu jardim
Tão preso nessa terra por suas raízes
mas proveniente de tantos lugares...
Por que, flores, estabelecestes aqui?
Tantos belos campos mundo a fora. Tantas águas a te banhar...
Eu mesma que tanto viajei dentro e fora de mim
Já vi tantas pessoas e cenários
Já trouxe água, luz e sol dos mais diversos versos
Será condição tua te prender a essas raízes?
Ver o nascer e o por do Sol do mesmo ângulo?

E as nuvens se movimentam de tal forma que o céu de hoje jamas será o céu de outrora...

Sintam o vento, minhas rosas, a movimentar suas folhas e meus cabelos
Eu também tenho espinhos
E minhas mãos são minhas sépalas...
minhas raízes já encontrei
agora posso caminhar...

unindo verso a verso
nessa vida poesia
de um único verso.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

palavra

a palavra é itinerante...
não tem casa e mora em todo lugar
abriga-se onde menos lhe convém
e quando convém, a palavra cala.

cala no silêncio do grito
se transforma em pura vibração
mas não fala
e se esvai

mas quando é o silencio que quero
a palavra insiste em aparecer
feito cigana me rouba o domínio
e me escravizo a ela.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

pequena navegante

no fundo no fundo, admito, ainda está raso!
mas sigo em frente nesse mar... um dia chego
navego nessa pequena embarcação
nas mãos
o remo e a intuição
os pés, antes com passos falsos
hoje caminham mais firmes com a consciência de onde quero chegar
no peito
carrego um coração palpitante que apenas e tão grandiosamente sente
e como é bom sentir.. ah
e a razão?
a razão é seguir
navegar nesse mar
em busca de amar...